sexta-feira, 28 de maio de 2010

“REMAKE” DO CULT PORNÔ DOS ANOS 70 – DEEP TROAT (GARGANTA PROFUNDA)


“REMAKE” DO CULT PORNÔ DOS ANOS 70 – DEEP TROAT (GARGANTA PROFUNDA)

Linda Lovelace, estrela do cult pornô "Garganta Profunda", será vivida pela atriz Lindsay Lohan no independente "Inferno" 
No próximo dia 12 de maio, durante o Festival de Cannes, será anunciado oficialmente o início da produção independente "Inferno", biografia da musa pornô Linda Lovelace e estrela do cult pornográfico "Garganta Profunda". E de acordo com informações já adiantadas pelo jornal Los Angeles Times, Linda será vivida por nada menos que Lindsay Lohan. Será, portanto, um grande desafio para  Lohan e uma chance de ouro para que a jovem atriz - ultimamente sempre envolvida em escândalos por causa do alcoolismo - possa se redimir e apresentar seu talento dramático. O produtor Wali Razaqi, que assina a produção de "Inferno", disse em entrevista ao LA Times que "este é provavelmente um dos papéis mais desafiadores que um ator poderia aceitar - e não apenas pelo conteúdo sexual da personagem, mas também pela forte carga emocional que envolveu a vida da atriz". Razaqi refere-se ao fato de que Linda Lovelace teve uma carreira meteórica na indústria do cinema pornô em sua era de ouro, os anos 1970. No entanto, depois de fazer fama no segmento, ela se arrependeu e tornou-se porta-voz de movimentos antipornografia. Linda chegou a escrever sua autobiografia, "Ordeal" (prova, experiência difícil), na qual revela que teve um filho, fruto de uma aventura amorosa, mas que sua própria mãe colocou a criança para adoção. Linda Lovelace carregou esse trauma até sua morte, em 2002, quando envolveu-se em um acidente de carro em Denver, nos Estados Unidos. Também segundo o LA Times, "Inferno" contará ainda com o ator Bill Pullman (sempre lembrado como o presidente americano de "Independence Day") no papel de Hugh M. Hefner, o fundador da revista Playboy.
Gênese de "Garganta Profunda"
Em 2005, um dos mais importantes produtores e diretores de filmes pornô, Fenton Bailey, assinou o documentário "Inside Deep Throat".No filme Bailey descreve a importância de "Garganta Profunda" não apenas como um cult do cinema pornô, mas uma produção que alterou significativamente a cultura americana e chegou até a influenciar a política dos Estados Unidos. Como fenômeno da indústria de entretenimento, é preciso lembrar que "Garganta Profunda" tornou-se um dos maiores recordistas de bilheterias no gênero: o filme arrecadou mais de US$ 600 milhões ao redor do mundo, quando seu custo de produção foi de apenas 25 mil dólares. As filmagens - apenas seis dias de locação - aconteceram em Miami Beach, com dinheiro financiado por uma família de mafiosos. O filme estreou em abril de 1972 num único cinema na Rua 42, em Manhattan. Num curto período de tempo, já em exibição em outras salas, arrecadou cerca de 20 milhões de dólares apenas nos Estados Unidos. Na história, Linda Lovelace faz uma jovem insatisfeita sexualmente que procura ajuda médica. É quando descobre que seu clitóris estranhamente está localizado na garganta. Assim, sua única forma de obter prazer é por meio de sexo oral. Eram tempos de liberação feminina, pilula anticoncepcional e também de Guerra Fria. Boa parte da população americana fingia liberalismo, mas era escancaradamente conservadora. Não por acaso houve manifestações e campanhas pela proibição do filme, que acabou sendo retirado dos cinemas. A reviravolta aconteceu quando várias celebridades passaram a depor a favor do filme: Mike Nichols, Jack Nicholson, Truman Capote, Warren Beatty, Frank Sinatra, Johnny Carson, Barbara Walters, entre tantas outras, revelaram que assistiram ao filme e pediram para que ele fosse liberado para exibição. Além disso, a revista Variety publicou em suas páginas artigo em que considerava "Garganta Profunda" o "Ben-Hur" do pornô, enquanto o presidente dos estúdios Paramount, Frank Yablans, chamava o filme de "O Poderoso Chefão" do cinema erótico. "Garganta Profunda", dessa forma, alterou a maneira de as pessoas encararem o cinema pornô, que a partir daí tornou-se uma forma legítima de entretenimento.
Mas houve um episódio que colaborou definitivamente para o filme entrar para a história não apenas do gênero pornográfico mas também político: aquele iniciado em 1972, quando os jornalistas Bob Woodward e Carl Bernstein, do jornal The Washington Post, revelaram ao mundo a descoberta de que havia microfones escondidos na sede do partido democrata, o edifício Watergate, que acabou dando nome ao escândalo que levou o presidente americano Richard Nixon a pedir demissão do cargo em 9 de agosto de 1974. O curioso é que os jornalistas tinham uma fonte de informações que ficou conhecida com o pseudônimo "Garganta Profunda". Muitos anos mais tarde foram revelados o nome real da pessoa por traz do apelido, um agente do FBI chamado William Mark Felt. A história sobre o escândalo de Watergate e a reportagem dos jornalistas do Post está no clássico "Todos os Homens do Presidente", dirigido por Alan J. Pakula com Dustin Hoffman e Robert Redford nos papéis de Bob Woodward e Carl Bernstein.

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