quinta-feira, 24 de março de 2011

Morreu Elizabeth Taylor, um dos últimos ícones de Hollywood


Considerada uma das mulheres mais belas do mundo e uma diva dos anos de ouro do cinema norte-americano, a lendária atriz Elizabeth Taylor morreu aos 79 anos, em Los Angeles.

A atriz estava internada há seis semanas no hospital Cedars-Sinai, em Los Angeles, nos Estados Unidos, onde acabou por falecer. Taylor sofria de uma grave insuficiência cardíaca e já em 2009 tinha sido operada ao coração. Há cerca de cinco anos que Elizabeth Taylor usava cadeira de rodas, dada a sua incapacidade física.

A sua morte foi, entretanto confirmada pelo filho da atriz, Michael. "É devastador", disse o filho ao "USA Today". A atriz "morreu tranqüila, rodeada pelos filhos Michael Wilding, Christopher Wilding, Liza Todd e Maria Burton", pode-se ler num comunicado emitido pela família, que lembra também que Elizabeth Taylor tinha dez netos e quatro bisnetos. "Era uma mulher extraordinária que viveu a vida ao máximo, com muita paixão, humor, e amor", descreve o filho Michael no mesmo comunicado.

Elizabeth Taylor, uma das mais mediáticas atrizes de Hollywood, nasceu em West London, Reino Unido, a 27 de Fevereiro de 1932. Filha de pais americanos, a atriz mudou-se para os Estados Unidos em 1939. Começou a sua carreira no cinema muito nova: tinha 10 anos quando foi contratada pela Universal Pictures para o filme "There's One Born Every Minute". Mas foi em séries infanto-juvenis que começou a revelar o seu talento. Em 1943 participou na série "Lassie". E desde então nunca mais parou, como provam os números dos filmes em que participou - mais de 50.

Adulada e aclamada pela crítica, Elizabeth Taylor venceu dois Oscar da Academia na década de 1960 pelos papéis nos filmes "Quem tem medo de Virginia Woolf" (1967) e "BUtterfield 8" (1961). Foi ainda nomeada para mais três com os filmes "A Árvore da Vida" (1958), "Gata em Telhado de Zinco Quente" (1959) e "Bruscamente no Verão Passado" (1960). Embora "Cleópatra" (1963) não lhe tenha valido qualquer nomeação para os Oscar, o filme ficará para sempre como um dos grandes sucessos da atriz.

Mas não só de glamour se fez a vida da atriz. Elizabeth Taylor foi várias vezes alvo dos tablóides pelos seus hábitos luxuosos, como a sua paixão por jóias que a levou mais tarde a criar uma coleção com o seu nome. A sua longa amizade com Michael Jackson também a pôs no centro das atenções. Quando o cantor morreu, Elizabeth Taylor mostrou-se triste e chocada com a notícia. “Eu amei o Michael com todo o meu coração e não consigo imaginar a vida sem ele. Tínhamos tanto em comum e divertíamo-nos tanto.”

Longe das câmaras e dos holofotes da fama, Elizabeth Taylor foi uma ativista. A atriz participou e organizou vários eventos a favor de causas humanitárias, tendo sido uma das grandes vozes na batalha contra a sida. Em 1991 fundou a American Foundation for AIDS Research (AmFar), após a morte do seu colega ator e grande amigo Rock Hudson, em 1985. Elizabeth Taylor foi das primeiras figuras públicas a falar sobre a doença, tendo angariado, ao longo dos anos, milhões de dólares para ajudar no combate à doença. Mesmo nos últimos anos, já debilitada, a atriz continuou a lutar pela causa.

Segundo o site de entretenimento TMZ, Elizabeth Taylor deve ser enterrada no cemitério Westwood Village Memorial Park, em Los Angeles. Local onde estão também sepultados Marilyn Monroe, Natalie Wood, Truman Capote, Farrah Fawcett e Dean Martin. Mas a família já fez saber que deseja uma cerimônia privada, anunciando que os pormenores do funeral, que se deverá realizar no fim da semana, serão comunicados mais tarde.

Entretanto, a família pediu a todos que, em vez de enviarem flores, façam pequenas contribuições para a fundação da atriz que luta contra a sida, através do site. E criou ainda uma página no facebook para qualquer pessoa poder deixar o seu testemunho e a sua mensagem.

Elizabeth Taylor, a última estrela.

 O cinema viu Elizabeth Taylor crescer. Da menina pré-adolescente de "Lassie — A Força do Coração" à sogra mal-humorada de Fred Flintstone foram mais de 50 anos de vida na tela. Ninguém encarnou com mais propriedade o sistema de estrelas de Hollywood. Os muitos casamentos, os escândalos, os contratos milionários, o glamour do “jet set”, as receitas de beleza e, de vez em quando, uma boa interpretação garantiram muitos milhões de dólares para os estúdios de cinema, a maioria deles para a Metro Goldwyn Mayer. Entre um filme e outro — foram 54 longas-metragens — o público acompanhava a última atribulação de sua vida particular. O casamento com o herdeiro milionário da cadeia de hotéis Hilton. A traição à melhor amiga Debbie Reynolds, de quem roubou o marido Eddie Fischer. As muitas internações em hospitais. O Oscar merecido que não recebeu por "De repente no último verão". O Oscar injusto que foi parar em suas mãos por "Disque Butterfield 8". O desprezo ao marido Eddie Fischer que trocou por Richard Burton durante as filmagens de "Cleópatra", filme pelo qual foi a primeira atriz do mundo a receber um milhão de dólares por um trabalho. Os muitos textos poéticos que celebravam seus olhos cor de violeta. O casamento com Burton, o divórcio de Burton, o novo casamento com Burton. Os anéis de brilhante, os brincos de brilhante, as tiaras de brilhante, presentes do marido, do ex-marido, do futuro marido Richard Burton. As bebedeiras em público...

Elizabeth Taylor foi tão vigiada fora das telas que seus papéis no cinema ficaram em segundo plano. E ela era uma boa atriz. Esteve impecável em melodramas como "A última vez que vi Paris", em adaptações teatrais como "Gata em teto de zinco quente", em dramas psicológicos como "Quem tem medo de Virgina Woilf", em comédias como "A megera domada".
 

Mas acima da boa atriz sempre brilhou a estrela de Hollywood. A britânica Elizabeth Rosemond Taylor transformou-se em Liz Taylor por obra dos estúdios de cinema. Vendeu sabonetes, revistas de fofocas, biografias não autorizadas e muitos, muitos ingressos de cinema. Foi a maior das estrelas. Foi a última delas também. Com a morte de Elizabeth Taylor, aos 79 anos, nesta quarta-feira em Los Angeles, o star system, enfim, acabou.

O auge da carreira da actriz coincidiu com a fase final da época dourada de Hollywood, nas décadas de 1950 e 1960. Cleópatra, a grande produção assinada por Joseph L. Mankiewicz, é o mais popular dos filmes protagonizados por Elizabeth Taylor, que conheceu o realizador ainda adolescente, em Cannes.

Abaixo pode recordar alguns dos filmes de referência na obra de Elizabeth Taylor – excepto Cleópatra, todos os outros valeram à atriz nomeações aos Oscares. Venceu duas estatuetas douradas, primeiro com BUtterfield 8, de Daniel Mann, e depois com Quem Tem Medo de Virginia Woolf?, de Mike Nichols.
Juntos, fizeram primeiro Bruscamente no Verão Passado, que valeu a Taylor uma das cinco nomeações aos Óscares. Mas foi com Cleópatra que fizeram história, tanto a do cinema como a do mundo: à lendária sensualidade e decisão da rainha do Nilo, conhecedora de segredos de beleza avançados para a sua época, o séc. I a.C., Liz adicionou os traços físicos impolutos de uma estrela; o resultado foi uma mulher ímpar para o imaginário coletivo.
Abaixo pode recordar alguns dos filmes de referência na obra de Elizabeth Taylor – excepto Cleópatra, todos os outros valeram à actriz nomeações aos Óscares. Venceu duas estatuetas douradas, primeiro com BUtterfield 8, de Daniel Mann, e depois com Quem Tem Medo de Virginia Woolf?, de Mike Nichols.

Algumas das cenas dos filmes de Elizabeth Taylor 

 

Quem Tem Medo de Virginia Woolf? (Mike Nichols, 1966)

 

 Cleópatra (Joseph L. Mankiewicz, 1963)

BUtterfield 8 (Daniel Mann, 1960)

Bruscamente no Verão Passado (Joseph L. Mankiewicz, 1959)

Gata em Telhado de Zinco Quente (Richard Brooks, 1958)


A Árvore da Vida (Edward Dmytryk, 1957)